Vales Glaciares da Serra da Estrela
  /  Guarda   /  Vales Glaciares da Serra da Estrela
Vales Glaciares da Serra da Estrela
© Vitor Hugo Conde

Vales Glaciares da Serra da Estrela

Os vales glaciares da Serra da Estrela oferecem as mais belas paisagens. Por isso, podemos dizer que a Serra da Estrela é um cenário de montanha único.

Estes vales glaciares formaram-se já há 20000 anos, com o aumento das temperaturas. Então, uma grande placa de gelo, com uma extensão de 70km² e 80 metros de espessura, que cobria o planalto, foi derretendo e foi deslizando para altitudes mais baixas. Consequentemente, alguns blocos de granito foram arrastados, o que levou à formação dos vales hoje existentes. É, por essa razão, que encontramos extensos vales em forma de U, com rochas polidas, blocos erráticos e depósitos de moreias, sem alterações há milhares de anos. Acima de tudo, podemos afirmar que é a Torre, o ponto mais alto de Portugal Continental, que marca o princípio da história dos vales glaciares portugueses, que aconteceu há milhares de anos.

Trabalho sublime, este da natureza, que deu origem aos cinco belos vales glaciares, desenhados pela passagem do gelo:

  • Vale Glaciar do Zêzere
  • Vale Glaciar de Alforfa
  • Vale Glaciar de Loriga
  • Vale Glaciar do Covão Grande
  •  Vale Glaciar do Covão do Urso

 

Vale Glaciar do Zêzere

O Vale Glaciar do Zêzere, em Manteigas, é mais um dos vales glaciares da Serra da estrela que abrange 13 Km de extensão, e está rodeado de encostas íngremes, compostas por rochas de granito.  Assim, evidencia, claramente, os efeitos do degelo. Lá ao fundo do vale, corre o rio Zêzere.  Mais ainda, por entre as rochas, pode-se contemplar pastos verdejantes, casas serranas e a vila de Manteigas. A partir deste vale, pode ainda admirar a imponente Nave de Santo António e subir até ao Vale da Candeeira, ou ao do Cântaro Magro. Porém, o Covão d’Ametade, vestígios de uma antiga lagoa glaciar, situado a 1.420 metros de altitude, é, sem dúvida, o mais interessante.

Para conhecer melhor o Vale Glaciar do Zêzere, passe pelo Centro Interpretativo, em Manteigas, onde, além de outras coisas, vai familiarizar-se com o passado e o presente dessa vila. Mais ainda, vai poder fazer uma viagem virtual de balão, através do vale.

 

Vale Glaciar de Alforfa

O vale de Alforfa fica situado no lado oposto do Vale Glaciar de Manteigas e teve origem num glaciar com 5,5 km de comprimento, dissolvendo-se a uma altitude de 800 m. Mais ainda, é um vale de amontoados desordenados de enormes rochas e blocos originados pelo degelo.    Assim, neste vale, pode observar-se bem essas cumulações que nos mostram onde se situavam as antigas línguas glaciárias.

 

Vale Glaciar de Loriga

O Vale de Loriga deve-se ao degelo de um glaciar, que se dissolveu a 800 metros de altitude, formando, então, quatro covões:  Covão da Areia, Garganta de Loriga, Penha do Gato e Penha dos Abutres. Deste degelo resultou também a ribeira de Loriga.

A partir deste vale podemos admirar uma bela paisagem, desenhada por escarpas, penhascos e covões profundos. Antes de mais, podemos dizer que este vale encanta pelo contraste entre a altura das escarpas e a profundidade dos covões. Adicionalmente, estas duas penhas, a cerca de 1.800 metros de altitude, abrigam a vila e formam o Vale Glaciar de Loriga, com sete quilómetros de extensão. Também é neste espaço que nasce a Ribeira de Loriga.

Aqui, o património natural e construído é muito rico: ribeiras, pontes, rebanhos de ovelhas bordaleiras, águas cristalinas que correm pelas encostas e formam pequenas lagoas. Também podemos observar socalcos feitos pelo homem, algumas palheiras (pequenas casas de xisto para fins agrícolas), moinhos de água.

 

Vale Glaciar do Covão Grande

Situado a noroeste e, portanto, mais sujeito a quedas de neve, o glaciar do Covão Grande tinha uma extensão de 5,5 km em direção à Lapa dos dos Dinheiros. Além disso, apresentava uma espessura de 150 metros, dissolvendo-se a uma altitude de cerca de 1000 metros.

Devido à sua altitude, o Covão Grande teve uma maior erosão glaciária, o que provocou uma grande escavação na base do vale. Não obstante, as melhores vistas a serem apreciadas são os amontoados de moreias da Nave Travessa e os blocos erráticos da Lagoa Comprida, que apresentam uma paisagem natural demasiado bela, à medida que se vai caminhando.

 

 Vale Glaciar do Covão do Urso

Também situado a noroeste, o glaciar do Covão do Urso, com origem na Torre, tinha uma extensão de 6,5 km e dissolveu-se a uma altitude igual ou superior a 1000 metros. Mais ainda, as bruscas ruturas do declive formaram a maior moreia lateral da Serra da Estrela que oferece uma bonita vista. Adicionalmente, esta moreia consiste numa grande junção de blocos, com alguns metros de diâmetro, composta por uma bonita vegetação que abrange 3 Km de extensão. Apesar disso, pode-se percorrer este vale a pé, desfrutando da bela vegetação e de toda a paz que a natureza transmite.

Este covão no vale do Alva, é um bom exemplo de um vale glaciar em forma de U, marcado por bruscas ruturas de declive.

 

Visite os Passadiços do Mondego e aproveite para explorar os Vales Glaciares da Serra da Estrela, em toda a sua grandeza.