Estrela Geopark – Património Mundial da UNESCO
O território do Estrela Geopark – Património Mundial da UNESCO tem cerca de 170 000 habitantes, está situado na Zona Centro Ibérica de Portugal e compreende uma área de 2216 km², estendendo-se pelos concelhos de Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia.
O Estrela UNESCO Global Geopark tem como missão contribuir para a proteção, para a valorização e para a dinamização essencialmente do património geológico, mas também do património natural e cultural, favorecendo o aprofundamento e a divulgação do conhecimento científico, de forma a incrementar o turismo e o desenvolvimento sustentável do seu território.
Este geoparque revela-se de importância internacional, ao apresentar as mais importantes e surpreendentes formas e depósitos glaciários em Portugal. A sua história geológica teve início no fundo de um antigo oceano e exibe como principais rochas os granitos e formações metassedimentares, que contam com mais de 650 milhões de anos.
O Geoparque da Estrela conta com 124 geossítios, de várias tipologias, sendo a mais representada a do modelado granítico, como o inselberg de Belmonte. Outra categoria é a dos geossítios de origem fluvial, como o vale de Alvoco.
A paisagem presente neste Geopark, além de magnífica é bem diversificada, devido às múltiplas transformações geológicas, de contrastes climáticos, e à ancestral ocupação humana, que remonta ao princípio do IV milénio a. C.
O Estrela Geopark é de uma beleza incomparável, com vistas incríveis e montanhas impressionantes que lhe conferem uma autenticidade única. O olhar extasia-se e a alma entrega-se ao silêncio e à quietude. E, nesta comunhão com a natureza, pode observar-se, com serenidade, a fauna e a flora circundantes. Dentro da fauna, podemos destacar o lobo, a raposa, o javali, a lontra, a lagartixa-de-montanha, a geneta e o coelho-bravo-europeu.
De entre as espécies de flora, algumas delas únicas no país, vamos salientar a urgueira, a caldoneira, a orvalhinha, o sargaço, a giesta, o junco, o cardo, o feto e a serradela. Por ser tão rico em fauna e flora este território obteve a classificação de Parque Natural e foi reconhecido pelo Conselho da Europa como Reserva Biogenética.
No esplendor deste horizonte arrebatador, destaca-se a montanha mais alta de Portugal continental, a Serra da Estrela, que, no cume da sua Torre, atinge os 1993 metros de altitude. O Centro de Interpretação aqui localizado, dedicado à interpretação e divulgação dos valores patrimoniais do território, disponibiliza toda a informação sobre o Estrela Geopark, ao mesmo tempo que dá sugestões para percursos tanto pedestres como cicláveis.
O curioso destes percursos é que muitos deles correspondem aos trilhos percorridos pelos pastores, durante vários séculos. Se pretender familiarizar-se bem com a montanha, com os vales que, em tempos recuados, foram ocupados por antigos glaciares, com os planaltos talhados pelos mais relevantes rios de Portugal ou com as aldeias alcantiladas neste cenário, esta é a opção recomendada.
Mas também pode escolher seguir os estonteantes cursos dos grandes rios portugueses, a partir das suas nascentes: o Mondego no Mondeguinho, o Zêzere no Covão de Ametade e o Alva no Vale do Rossim. Ou, se preferir, pode embrenhar-se nos vales glaciares de Loriga, Manteigas, ou no Covão do Urso e no Covão Grande. No auge do verão, pode ainda optar pela Rota das 25 lagoas, um percurso deleitoso e bem mais refrescante.
No inverno, com o tempo frio, pode praticar ski na neve ou divertir-se andando de trenó, snowboard ou de motoski, nas várias pistas da Estância de Ski da Serra da Estrela. Todavia, em qualquer estação do ano, pode usufruir de pistas de neve sintética.
O território do Geopark Estrela tem, sem sombra de dúvida, um notável património geológico, sendo a sua principal singularidade as marcas que resultaram da última glaciação.
Mas, além disso, é um território único, fascinante, de paisagens incríveis, agora enriquecido com os Passadiços do Mondego que vieram dar acessibilidade a locais quase secretos, de uma beleza rara e indescritível.